Carnaval...Ontem e Hoje...

Bandas Infernais

A origem das BANDAS INFERNAIS, deve remontar aos princípios do século XX e são uma das vertentes mais caraterísticas do Carnaval da Nazaré, para além dos RANCHOS DE FANTASIA e as CÉGADAS.

Primitivamente, a BANDA INFERNAL utilizava instrumentos musicais, pois segundo alguns foliões mais antigos as BANDAS INFERNAIS tiveram origem no SíTIO DA NAZARÉ e era composta maioritariamente por elementos da Banda Nazarense. (1)

Mas com o continuar dos tempos a BANDA INFERNAL, servia para ACORDAR e alertar a população para a chegada do CARNAVAL E os GRUPOS da PRAIA, recorriam a outros objetos para “FAZER BARULHO” e atingir o principal objetivo que era convidar a POPULAÇÃO para a FESTA. Formada principalmente por homens, havia também os “RANCHOS INFERNAIS” que eram compostos por homens, mulheres e crianças, que na grande maioria eram espontâneos ou tinham origem nos diversos “BAILES das TABERNAS”. Os ENSAIADOS reuniam-se em grupos que, munidos de bombos, tachos e panelas velhas, tudo faziam para provocar barulhos estridentes e ensurdecedores.

Recordo que nas BANDAS INFERNAIS que participei, fazíamos uma DIRETA de sábado para Domingo, pois a nossa hora de saída era exatamente ás zero horas e mantínhamos de pé até as forças aguentarem.

Também recordo o primeiro CARNAVAL que tenho memória, foi em 1960, a participação no “RANCHO INFERNAL” da TABERNA DA ELVIRA, como recordo no artigo o “Meu Primeiro Carnaval”.

As BANDAS INFERNAIS tiveram um declínio por volta dos anos 90, pois lembro de fazer diretos para o programa da Rádio Nazaré PALECO MANIA e só ver na rua aqueles aquém mais tarde intitulamos de “Os Beatles” do CARNAVAL DA NAZARÉ “OS SABITAS”.

Passados algum tempo, as BANDAS INFERNAIS que eram formados só por homens, passaram também a ser formadas SÓ por MULHERES. Este costume prolongou-se até aos nossos dias, adquirindo uma expressiva movimentação social. E a partir daqui e até aos nossos dias os GRUPOS passaram a ter denominação, vestes e músicas, surgindo um salutar espírito de competição que anima o período anterior de preparação até ao domingo de Carnaval.

As mulheres adquiriram, um papel predominante e conferem às BANDAS INFERNAIS um novo COLORIDO, mais cor e fantasia, substituindo tachos e panelas por tarolas, pandeiretas e outros instrumentos musicais.

Também apareceram as BANDAS INFERNAIS MISTA, composta por homens, mulheres e crianças, da qual temos o exemplo de “OS SUSTOS”.

 

(1) Segundo José Maria Pequicho (n. 1935), atual maestro da Filarmónica da Nazaré, a denominação “Banda Infernal” provém do nome da música/marcha tocada nas manhãs do Domingo Gordo.

Permanece ainda na memória o Silvestre dos “Bichinhos”, siteiro que morava na “Rua de Cima” e que aparecia no domingo de Carnaval, de madrugada, percorrendo as ruas, a tocar pífaro, entoando uma determinada música conhecida por “marcha infernal”. Nos anos seguintes, foram-se juntando a ele outras pessoas (apenas homens), também elementos da Banda Nazarense, do Sítio, que, com outros instrumentos, aperfeiçoaram a música.

Esta banda percorria as ruas do Sítio e da Praia, tocando o refrão daquela marcha. Só desenvolvia a composição musical, conhecida por “hino”, quando as pessoas ofereciam alguma moeda. Se o donativo fosse substancial, tocava o “hino” duas vezes. Segundo José Maria Pequicho, atual maestro da Filarmónica da Nazaré, a denominação “Banda Infernal” provém do nome da música/marcha tocada nas manhãs do Domingo Gordo.

Esta banda percorria as ruas do Sítio e da Praia, tocando o refrão daquela marcha. Só desenvolvia a composição musical, conhecida por “hino”, quando as pessoas ofereciam alguma moeda. Se o donativo fosse substancial, tocava o “hino” duas vezes. (In Museu Joaquim Manso-Sítio da Nazaré)

  

 

Procurar no site

Carnaval N'alma© 2011 Todos os direitos reservados.